Precisam-se de pastores

Precisamos hoje mais do que nunca de pastores  que possam ouvir a Deus e terem os seus  corações pacificados na graça, longe dos pacotes prontos e dos holofotes do sucesso.
A maioria dos pastores ainda sabem  que não devem  tentar entrar em portas que Deus não abriu, e creio essa ser  a crise dos ministros de hoje. O ministério é avaliado pelo sucesso, pela agenda, pelo poder e pela fama. E as demandas e o perfil do ministério pastoral para o século XXI é completamente diferente do perfil dos pastores do século passado, é diferente do próprio perfil das Escrituras. O pior é que entramos no padrão e quando nos vemos sem as conquistas necessárias para entrar no perfil, nos sentimos quase sempre fracassados, desanimados e com dúvidas sobre a nossa vocação. O que precisamos entender é que o chamado de Deus para os pastores desse novo século continua o mesmo que é feito nas Escrituras. Na realidade ele nunca mudou ,mas nós nos fizemos de surdo para não ouvir e desinteressados demais para o modelo que julgamos descontextualizado, irrelevante para esse novo tempo.
Precisamos de pastores que tenham o coração pacificado na graça, que fujam da tirania da agenda para a tranqüilidade e a paz da presença de Deus, pastores que fujam das prioridades que não são prioridades na sua vocação e se dediquem com diligência e dedicação a oração secreta, a meditação, ao tempo gostoso que se passa com Deus, e que se passe tempo de qualidade com a palavra, para que ela se torne para nós Palavra, Verdade, Vida. Que possamos experimentar a Palavra, nos relacionar com a Palavra, pois se for de outra maneira nos acabamos por transformar as Escrituras em mera letra e tornar a nossa leitura da Bíblia em  bíbliolatria.
Precisamos de pastores que descansem em Deus, que o sigam, que sejam fiéis e não corram atrás das oportunidades, pois como já bem disse Charles Spurgeon:

“ Não e o  homem que deve procurar a oportunidade, mas é a oportunidade que procura o homem de Deus.”

Assim foi com Moisés, com Davi, com Amós, com Pedro, nenhum deles se interpôs a ação de Deus em suas vidas, na realidade a oportunidade foi buscá-los e a razão é simples : eram homens que tinham consciência clara das suas fraquezas e da sua inabilidade para com a missão e a oportunidade que haviam sido dadas  por Deus.
Quando assim nos vemos damos chance para que Deus mostre a sua força na nossa fraqueza. Deus procura homens que sejam  tão conscientes de suas fraquezas e de suas incapacidades que a única solução apresentada para Deus seja : “Deus não consigo realizar isso, sou pequeno e fraco, mostra a tua força”.
E o que pode nos alegrar é que a resposta de Deus sempre é : “ A minha graça te basta pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” Pois na fraqueza não há crédito para a realização, não há crédito para os resultados e para o crescimento, pois não existe maneira de se negar que toda realização e crescimento somente podem ter  vindos de Deus.
Precisamos de pastores que sejam profetas em nossa geração, que não tenham medo de denunciar a injustiça, o pecado, mesmo que isso signifique perder os “favores do Rei”, mesmo que isso  signifique ter a  “imagem” arranhada, ter a  reputação manchada.
Precisamos de pastores que valorizem mais o caráter, a verdade e a justiça em detrimento de pastores que valorizem mais a sua reputação e imagem.

Precisamos de pastores que sejam pastores, que pastoreiem o rebanho de Deus com amor e não com dominação. Que não se utilizem do povo como massa de manobra.
Precisamos de pastores que aprendam a servir e não serem servidos pelas suas ovelhas.
Precisamos de pastores que entendem o seu papel de mobilizar os seus membros para o serviço no Reino, e não mobilizar seus  membros para os seus próprios reinos pessoais de sucesso.
Precisamos de pastores que ensinem a verdade para que o povo venha agir pela graça e pela consciência pura e não motivados pelo medo.
Precisamos de pastores que tenham a coragem de agradar a Deus e não o rebanho mesmo que isso signifique perder  benefícios e o próprio sustento.
Precisamos de pastores que entendam que Deus é aquele envia, capacita e sustenta aqueles que ele enviou.
Precisamos de pastores que preguem a Palavra e não as suas próprias palavras.
Precisamos de pastores que tenham visão de Deus para o Reino e não tenham as suas próprias visões para igreja.
Precisamos de pastores que não preguem paz, quando a palavra é justiça, e que não preguem ira e justiça quando a palavra é paz.
Precisamos de pastores que não se apressem em ir ao povo, mas que estejam indo somente se Deus os enviar.
Creio que esse é o clamor das nossas igrejas hoje: Dá-nos pastores que sejam semelhantes a ti ó Deus para que a tua igreja não pereça. Amém. 
© 2011 Ricardo Capler

Um comentário:

  1. Precisamos de pastores que amem suas ovelhas e por elas doem suas vidas! Que se importem com o que está por dentro de uma bela blusa ou terno...com o coração de seu rebanho! Que queira vê-los crescer e conquistar aquilo que o Senhor planejou para cada um deles sem reservas e egoísmos ministeriais! Sim, precisamos de pastores...simplesmente pastores em nossos dias..como antigamente também o era!

    Deus abençoe Pr Ricardo Capler!

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