Pondé: Filósofo considera o cristianismo moralmente superior


Filósofo afirma por que considera o cristianismo moralmente superior à pregação materialista

Em recente entrevista à Revista Veja, o filósofo Luiz Felipe Pondé, professor da FAAP e PUC, afirmou que considera o cristianismo moralmente superior à pregação materialista. Segundo, o repórter Jerônimo Teixeira, Pondé, além de filósofo é “estudioso de teologia, [e] Pondé considera o ateísmo filosoficamente raso”.

Embora, a maioria dos teólogos esquerdistas esteja revisando sua teologia, onde, segundo o Dr. Claudio Ribeiro (Diretor da Faculdade de Humanidades e direito da UMESP e professor da UMESP) a teologia da libertação esqueceu-se do aspecto festivo, ou seja, vertical; Pondé,  afirma que “a espiritualidade de esquerda é rasa... aloca toda a responsabilidade do mal fora da pessoa... isso infantiliza o ser humano”.

O filósofo demonstra o quanto a sociedade é maquiada em todos seus aspectos, as pessoas vivem a estética da vida e não sua essência. Ele diz, por exemplo, que “os problemas amorosos de hoje são os mesmos, mas, no jantar inteligente, todo mundo diz que vive uma relação de troca plena com seu parceiro. A revolução sexual foi um dos maiores engodos da história recente”.

Segundo Pondé, “tecnicamente, a Teologia da libertação é, por um lado, uma fiel herdeira da tradição cristã. Ela vem da crítica social que está nos profetas de Israel, no Antigo Testamento. Esses profetas falavam mal do rei, mas sem idealizar o povo. O cristianismo é descendente principalmente desse viés do judaísmo. Também o cristianismo nasceu questionando a estrutura social. Até aqui, isso não me parece um erro teológico. Só que a Teologia da Libertação toma como ferramenta o marxismo, e isso sim é um erro. Um cristão que recorre a Marx, ou a Nietzsche – a quem admiro -, é como uma criança que entra na jaula do leão e faz bilu-bilu na cara dele. É natural que a Teologia da Libertação, no Brasil, tenha evoluído para Leonardo Boff, que já não tem nada de cristão. Boff evoluiu para um certo paganismo Nova Era – e já nem é marxista tampouco. A Teologia da Libertação é ruim de marketing. É como já se disse: enquanto Teologia da Libertação fez a opção pelo pobre, o pobre fez a opção pelo pentecostalismo”.

Pondé, que foi ateu por muito tempo, afirma que acredita em Deus “... quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado. Lembro-me de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer bobagem, seja na história, na ciência ou em si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo.

Pondé abandonou o ateísmo por achá-lo aborrecido, “A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu”.
Ele termina sua entrevista à revista Veja enfatizando que percebe “uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica”.

Fonte: Revista Veja

Repercussão: Reinaldo Azevedo

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